quarta-feira, maio 31, 2006 

La fúria espanhola


Espanha foi, esta temporada, o país do futebol. Um país com duas capitais futebolísticas: Sevilha e Barcelona. A primeira ainda festeja o feito único de um dos clubes locais. O Sevilha Fútbol Club venceu a Taça UEFA, frente ao Middlesbrough, por esclarecedores 4-0, com exibições portentosas de jogadores como Enzo Maresca, Daniel Alves e Jesús Navas.
Falar do Barcelona é falar de futebol espectáculo. Impulsionados pela pura arte de Ronaldinho, a velocidade e veia goleadora de Eto’o e a magia de Deco os blaugrana, foram deixando para trás todos os adversários e na final, embora tenham estado a perder durante largos minutos frente ao digno Arsenal, souberam ser letais e a dez minutos do final viraram o resultado a seu favor.
Mas agora é na selecção que se centram as atenções.
É verdade que a equipa espanhola nunca fez história em Campeonatos do Mundo (o melhor resultado conseguido foi um 4º lugar em 1950), mas Espanha, pela qualidade dos seus atletas, é sempre um adversário temível.
O grupo H, em teoria, será favorável para a equipa de Luis Aragonés. Os advserários na primeira fase serão a Ucrânia Tunísia e Arábia Saudita.
Alguns nomes da lista de convocados espanhola fazem sonhar os apaixonados por bom futebol. Puyol (jogador que ergueu a tão ambicionada Taça da Liga dos Campeões), Cesc Fabregas (grande descoberta de Arséne Wenger), David Villa (goleador do Valência, a apenas um tento do pichichi Eto’o), Fernando Torres (o Il niño do Atlético de Madrid) e Marcos Senna (brasileiro naturalizado espanhol, que foi escolhido em detrimento de Baraja), não quererão, por certo, deixar os créditos por mãos alheias. Luis Aragonés terá uma agradável dor de cabeça para formar o onze inicial, uma vez que as opções são muitas e todas de qualidade insuspeita. A selecção espanhola entra em campo pela primeira vez no Mundial, no dia 14 de Julho, frente à Ucrânia, pelas 14 horas, no Zentrstadion, em Leipzig. A ver vamos se será o início de mais uma frustrante participação ou o começo de uma caminhada memorável.

Eis os 23 eleitos de Luis Aragonés: GR- Iker Casillas (Real Madrid), José Manuel Reina (Liverpool), Santiago Cañizares (Valência); D- Antonio Lopez (Atlético de Madrid), Pablo Ibanez (Atlético de Madrid), Asier Del Horno (Chelsea), Carles Puyol (Barcelona), Juanito (Bétis), Michel Salgado (Real Madrid), Sérgio Ramos (Real Madrid), Carlos Marchena (Valência); M- Cesc Fabregas (Arsenal), Andrés Iniesta (Barcelona), Xavi (Barcelona), Joaquin (Bétis), Xabi Alonso (Liverpool), David Albelda (Valência), Marcos Senna (Villarreal) José Antonio Reyes (Arsenal), Luis Garcia (Liverpool); A- Fernando Torres (Atlético de Madrid), David Villa (Valência), Raúl (Real Madrid)

Onze Golo de Letra: Casillas; Michel Salgado, Sérgio Ramos, Puyol, Del Horno; Xabi Alonso, Fabregas; Reyes, Luis Garcia, David Villa; Torres

Na foto: Fabregas (número 8) e Luis Garcia (número 21), felicitam David Villa (com a bola).

JM

terça-feira, maio 30, 2006 

Estrelas que cintilam – John Mensah


Mais um grande jogador na equipa que Lazlo Bölöni contruiu em Rennes. John Mensah, defesa-central ganês, é um autêntico patrão tanto da defesa do clube francês, como da sua selecção. Forte fisicamente (1,77m e 72 kg), Mensah revela-se quase intransponível não só nos lances aéreos, mas também junto à relva, garantindo grande tranquilidade a toda a equipa.
Com apenas 23 anos John Mensah já tem uma experiência internacional assinalável. Ainda bastante jovem chegou ao Bolonha, mas o clube da Série A italiana emprestou-o ao Bellinzona da Suíça. No ano seguinte, após ter estado presente no Mundial de Sub-20 em que o Gana ficou na segunda posição (perdeu por 3-0 na final frente à Argentina), Mensah foi novamente emprestado, desta feita ao Génova, sendo em 2002 adquirido a título definitivo pelo Chievo Verona. Passou ainda pelo Modena e pelo Cremonese antes de chegar ao Rennes, onde finalmente se pôde afirmar, sobretudo na recta final do Campeonato francês, em que parece ter conquistado Lazlo Bölöni e os adeptos da sua equipa.
Mensah realizou 12 jogos no campeoanato francês, nos quais viu 2 cartões amarelos.
Neste Mundial John Mensah, que envergará a camisola 5, poderá muito bem vir a ser um dos esteios da selecção do Gana. O Campeonato do Mundo é uma grande oportunidade para o jogador se mostrar ao Mundo do futebol e, caso a sua selecção faça uma boa campanha, pode até conseguir o contrato que lhe permita continuar a sustentar os seus pais e realizar o seu sonho: colocar os 5 irmãos a estudar na Europa. Recorde-se que a equipa africana partilha o grupo E com a República Checa, Itália e Estados Unidos da América.

Nome: John Mensah
Nacionalidade: Ganês
Posição: Defesa-Central
Nascimento: 29-11-1982
Altura: 1,77m / Peso: 72 kg
Clube: Rennes

JM

domingo, maio 28, 2006 

Fado nosso


Terminou a campanha portuguesa no campeonato europeu de sub-21 organizado no nosso pais, 3 pontos e apenas um golo não chegaram para levar as aspirações mais além. Depois de uma entrada em falso frente à fortíssima congénere francesa esperava-se um resposta capaz frente à Sérvia e Montenegro, mas apesar do índices exibicionais dos jogadores ter sido genericamente superior à do jogo anterior faltou o golo para mudar um pouco a falta de "sorte" que parecia ensombrar a seleção das quinas, o resultado de 0-2 favorável aos Sérvios foi um balde de água fria que afastava practicamente a nossa seleção da fase seguinte. Pedia-se então à França que batesse a Sérvia e que os jogadores portugueses conseguissem alvejar as redes do guarda-redes alemão por 3 vezes, missão quase impossível portanto. No global foi um jogo difícil, apesar de ter entrado bem no jogo, Portugal não conseguia fazer o golo e os nervos iam aumentando, a França cumpriu a sua parte mas o golo da seleção Lusa só chegou aos 93 minutos com um grande remate de João Moutinho. Golo que teve implicações nas contas do grupo, a Alemanha estava apurada até ai mas com este tento ficavam em desvantagem de golos em relação à Sérvia e Montenegro. Depois de finalmente ter violado as redes de uma equipa neste Europeu, Portugal dispôs de mais 2 boas ocasiões para aumentar a vantagem mas não as concretizou.
Apesar da eliminação o público nunca parou de apoiar os jogadores e a despedida no fim, com todos os adeptos a gritarem Portugal, emocionou os jovens atletas portugueses que deixaram o campo lavados em lágrimas. Chega assim ao fim a carreira de alguns jogadores nos escalões jovens, como são o exemplo de Lourenço, Hugo Almeida ou Ricardo Quaresma, e apesar de neste escalão existirem vários jogadores capazes de chegarem à seleção AA adivinha-se aqui um possível adeus de alguns em definitivo à camisola da seleção das Quinas.
Foi no fundo uma caminha inglória, marcada pela guerra de palavras entre Agostinho Oliveira e Scolari que em nada beneficiou o ambiente no grupo de trabalho que apesar dos constantes comentário relativos à sua união ficou demonstrado nas declarações de alguns jogadores que esta quezilia deixou mossa. Para mais foi notória a falta de ritmo e baixamento de forma de jogadores de quem se esperava muito, Quaresma, Moutinho, Nani, Hugo Almeida ou Manuel Fernandes nunca chegaram a demonstrar o seu real valor, ao que se juntou uma dupla de centrais sem rotina, um Nuno Morais sem capacidade para ocupar a ala esquerda ou Nélson que padece de uma pubalgia, apesar do falhanço é importante realçar o esforço dos jogadores que nunca viraram a cara à luta com expoente máximo em Raúl Meireles e Varela que foram mesmo os elementos mais produtivos de Portugal.
A seleção portuguesa colocou um ponto final na sua participação neste europeu mas ainda se avizinham bons jogos na próxima fase, continuemos então a acompanhar o "nosso" Euro sub-21.

AS

sexta-feira, maio 26, 2006 

Estrelas no banco - Daúto Faquirá


Daúto Faquirá faz parte da nova geração de treinadores. Inteligente, metódico e ambicioso o ex-timoneiro do Estoril transmite aos seus jogadores uma grande vontade de vencer. Os resultados estão à vista. Nas divisões inferiores o treinador de 41 anos já ganhou tudo o que havia para ganhar. Um subida de divisão ao comando do Sintrense (da IIIªDivisão para a IIª), duas pelo Odivelas (dos Distritais até à IIª) e outra subida, desta feita ao leme do Barreirense (da II para a Liga de Honra). Na temporada que agora termina Faquirá assumiu os destinos do Estoril-Praia, porém a grave crise financeira que assolou o clube da Linha ditou a sua saída, numa altura em que ocupava os lugares cimeiros da classificação da Liga de Honra.
Grande conhecedor do mercado interno, quando muda de clube o técnico faz-se quase sempre acompanhar por alguns jogadores da sua confiança. Daúto Faquirá orientou e lançou jogadores que começaram em escalões inferiores e que já conheceram algum sucesso, como são os casos de Vítor Moreno, contratado ao Futebol Benfica e que acompanhou o técnico no Odivelas, Barreirense, Estoril e que hoje actua no Vitória de Guimarães. Malá, ex-jogador do Amora, Odivelas, Beira-Mar e actualmente no Estoril. Dady, avançado contratado ao Aldeonovense e que passou pelo Odivelas e Estoril, representando agora o Belenenses. E Yoni, excelente jogador espanhol adquirido pelo Odivelas ao Elvas e que passou com Fáquirá pelo Estoril, regressando depois ao seu país.
O nome de Daúto Faquirá tem sido amiudadas vezes bafejado para orientar clubes da Liga, porém nunca tal se concretizou. Os grandes palcos chamam por si. A ver vamos quando chegará ao principal escalão do futebol português.

Nome: Daúto Xaharmane Amade Faquirá
Nascimento: 26-12-1965
Naturalidade: Moçambique
Percurso como treinador: Sintrense (de 1997 a 1999) Odivelas (de 1999 a 2003), Barreirense (2003 a 2005) e Estoril (2005)

JM

 

Olhando o futuro – Kaz Patafta


Directamente do país dos cangurus para Portugal, chegou em Janeiro passado um jovem jogador de grande qualidade. O seu nome? Kaz Patafta.
O camisola 10 e capitão da selecção de sub-17 da Austrália deu nas vistas no Campeonato do Mundo dessa categoria, que se realizou no Perú no ano passado. O Benfica foi célere a antecipar-se a vários pretendentes e garantiu a sua contratação.
Os primeiros tempos no nosso país não foram fáceis, todavia, após ultrapassados alguns problemas burocráticos que impediam a sua utilização, Patafta pôde finalmente mostrar os seus atributos.
Apesar do aspecto franzino, Kaz Patafta é um futebolista de enorme potencial. Atrás do ponta-de-lança ou descaído para os flancos o australiano dá largas a toda a sua técnica, criatividade e visão de jogo, parecendo ter uma bússola no pé esquerdo, tal a precisão de passe que revela. Os lances de bola parada são também uma especialidade deste talentoso jogador.
Com a camisola do Benfica e apesar de ter realizado poucos jogos num futebol a que ainda não se adaptou completamente, Patafta logrou marcar um golo, na última jornada do Campeonato Nacional de Juniores, frente ao Estrela da Amadora.
Pelas suas características Patafta será o sucessor natural de Harry Kewell na selecção australiana. Aliás, o actual seleccionador dos socceroos, Guus Hiddink, mostrou ser um grande apreciador das qualidades do jovem Kaz, chamando-o para integrar o estágio da Austrália, tendo em vista o Mudial 2006.
É de esperar que na próxima temporada, quando a sua adaptação à Europa estiver consumada, Kaz Patafta possa mostrar em Portugal toda a magia do seu futebol.

Nome: Kaz Patafta
Nacionalidade: Australiana
Posição: Médio de ataque
Nascimento: 28-10-1988
Altura: 1,72m
Clube: Benfica


JM & AS

 

Rui Costa regressa


Acabou finalmente a novela com maior longevidade da história do futebol português, Rui Costa regressa enfim ao SL Benfica.
Apesar de ter cumprido apenas 3 épocas como profissional do clube, Rui deixou no seio dos benfiquistas grande saudade, em 1994 viviam-se tempos de crise na Luz e o presidente Damásio viu-se obrigado a vender um dos seus mais preciosos activos. A Fiorentina demonstrou interesse e pela quantia de 1,2 milhões de contos levou o maestro. Durante as 7 épocas em que representou o clube de Florença não ganhou muitos titulos, apenas duas taças de Itália. Apesar disso conseguiu conquistar o prémio de melhor número 10 a actuar no país em 2000. Desde o primeiro dia em que saiu do Benfica se falava do seu regresso, quando a Fiorentina declarou falência essa hipótese tomou contornos muito fortes, mas Rui Costa decidiu continuar a sua carreira no país, mais propriamente em Milão onde se afirmou totalmente como um dos melhores 10 do mundo, conquistando pelo meio uma Taça de Itália,uma Liga dos Campeões,uma Supertaça de Itália, um Campeonato e uma Supertaça Europeia. Sempre visto como um grande profissional e um grande homem deixou em 2004 a seleção nacional convicto de que o seu contributo já não seria tão importante. A sua carreira parecia entrar claramente numa curva descendente, afastado da seleção e suplente de Kaká no Milan desde a chegada do brasileiro ao clube, decidiu então esta semana pôr fim ao seu contrato com o clube transalpino, assim estavam escancaradas as portas de regresso ao Benfica.
Acabada esta novela escrevem-se linhas para uma nova estória. Será Rui Costa capaz de alcançar o sucesso que os adeptos esperam? Apesar de já não ter a frescura física de um miúdo de 20 anos e de se pensar que o seu rendimento possa ser afectado pela falta de motivação face ao sucesso da sua carreira, é importante realçar que raramente sofreu lesões, relembrando que a sua posição não será das mais desgastantes e com a experiência do jogador e com gestão de esforço poderá ser muito importante nesta época que está a caminho. Não podemos esquecer ainda que Rui Costa é um jogador com uma visão de jogo fantástica, apesar de não marcar muitos golos é muito importante pelo número de assistências que faz. Para além de todas as características futebolísticas do jogador que dispensam apresentações temos a importância que terá no balneário e o factor marketing. É sabido que o salário que vai auferir não será muito baixo, mas é um facto que o Benfica é único clube em Portugal capaz de cobrir parte das contas dos ordenados com as camisolas que vende, e com certeza que o número de vendas de camisolas com o nome de Rui Costa estampado serão um sucesso.
As dúvidas quanto à utilidade de Rui Costa para o Benfica só serão dissipadas no arranque da temporada de 2006/2007, goste-se ou não, é importante para a nossa liga ter jogadores desta craveira.

AS

quinta-feira, maio 25, 2006 

Olhando o futuro- Lenny


Depois de darem a conhecer ao mundo jovens talentos como Roger, Carlos Alberto ou Diego Souza, as escolas do Fluminense voltam a dar frutos, Lenny é o próximo nome a reter. Actual artilheiro do clube, é o protótipo do avançado centro brasileiro. É um jogador muito rápido e dono de uma técnica individual acima da média e que apesar de não ser um matador demonstra um bom sentido de baliza, como comprovam os 7 golos que leva no Brasileirão. O actual dono da camisa 7 do Flu, como qualquer artista, gosta de jogar solto na frente. Arrancando de trás, olhando os adversários de frente, é muito dificil de parar, é notável a coragem com que o pequeno Lenny encara os adversários, ziguezagueando pelos defesas, ultrapassando-os com rápidas fintas de corpo, inventando jogadas capazes de levantar o estádio.
Com apenas 18 anos é já um caso sério de talento no Brasileirão, tem um auspicioso futuro pela frente, vamos então esperar.

Nome: Lenny Fernandes Coelho
Nacionalidade: Brasileira
Posição: Avançado
Nascimento: 23/03/88
Altura: 1m71 / Peso: 68kg
Clube: Fluminense

AS

 

Olhando o futuro – Jimmy Briand


O avançado de 20 anos fica conhecido por cá por ter uma certa apetência para marcar golos a Portugal. Foi assim no ano passado, na final do Torneio de Toulon 2005, em que a França venceu Portugal (4-1), com um dos golos a ser marcado por Briand e foi assim este ano, quando o atacante gaulês ganhou de cabeça a Rolando e ditou a derrota de Portugal no jogo inaugural do Euro 2006 de Sub-21.
No entanto Jimmy Briand já tinha dado nas vistas ao longo desta época, no principal campeonato francês.
Lazlo Bölöni tem em Briand mais uma pérola para lapidar, na bela equipa do Rennes que está a construír.
Jimmy Briand tem na rapidez uma das suas principais armas. Em velocidade o novo Henry, como já é apelidado em França, causa enormes problemas às defensivas contrárias. O avançado descai amiúde para os flancos, criando espaços nas suas costas, para que os seus companheiros entrem vindos de trás. O seu jogo de cabeça –como se viu no golo marcado a Portugal- faz também parte do seu leque de atributos. O jovem Briand só terá a aprender junto do técnico romeno e ao lado dos seus companheiros de ataque: John Utaka, Alexander Frei e Olivier Monterrubio.
Esta época Jimmy Briand efectuou 29 jogos na Ligue 1 francesa (11 a titular e 18 como suplente utilzado), marcando 3 golos, frente ao Estrasburgo, 11ª e 29ª jornadas, e Le Mans, 21ª jornada.

Nome: Jimmy Briand
Nacionalidade: Francesa
Posição: Avançado
Nascimento: 02-08-1985
Altura: 1,80m / Peso: 80 kg
Clube: Rennes

JM

quarta-feira, maio 24, 2006 

Emoção até final – IIª Divisão, série D


A reformulação dos quadros competitivos, que teve lugar na época que agora terminou, prejudicou essencialmente o Campeonato Nacional da IIª Divisão. Das quatro séries que compõem esta prova, apenas duas equipas teriam oportunidade de subir de divisão, não bastando para isso ganhar a respectiva série.
Trofense e Olivais e Moscavide são os clubes que para o ano pontificarão na Liga de Honra.
A série D foi a mais disputada das quatro séries. Na última jornada eram ainda três as equipas (Olivais e Moscavide, Louletano e Operário) com possibilidades de alcançar o primeiro posto. A sorte acabou por sorrir aos lisboetas, no entanto não se pode apontar um vencedor justo desta série. Analisemos o percurso dos 6 primeiros classificados:

OLIVAIS E MOSCAVIDE: Depois de uma primeira volta titubeante, perdendo muitos pontos em casa, o Olivais e Moscavide, do técnico Rui Dias, estabilizou e foi espreitando o topo. Jogadores como Duarte Machado (ex-Casa Pia), Nuno Abreu (ex-Benfica e Pinhalnovense), Eduardo Simões (ex-Benfica), Pedro Hipólito (ex-Benfica e Amora), Filipe Falardo (ex-Benfica e Alverca), Miguel Veloso (emprestado pelo Sporting), Mawete Jr. (ex-Benfica), Jorge Tavares (emprestado pelo Belenenses), Mauro Bastos (ex-Barreirense e Gil Vicente), Carlos Saleiro (ex-Sporting), protagonizaram uma boa recuperação e, mesmo não encantando, aproveitaram da melhor forma os pontos perdidos pelos outros clubes.
No play-off de apuramento a turma da zona oriental de Lisboa venceu no Campo Alfredo Marques Augusto a Oliveirense por 1-0 e foi a Oliveira de Azeméis empatar 2-2, garantindo a presença na Liga de Honra na época 2006/2007.

LOULETANO: Os algarvios lideraram grande parte da prova. Porém uma quebra na recta final, com uma onda de lesões a assolar o plantel algarvio, impossibilitou a qualificação para o play-off de apuramento. A equipa de Jorge Portela, que conta com bons jogadores nas suas fileiras, casos de Jorge Soares (ex-Benfica e Marítimo), Fausto Lúcio (Benfica B), Pintinho (ex-Paços de Ferreira), Brito (ex-Leixões) e Clemente (cobiçado por várias equipas), podia mesmo ter chegado ao topo da classificação, porém, na derradeira jornada, foi derrotada em pleno Estádio Algarve pelo Odivelas, dizendo adeus ao sonho.

PINHALNOVENSE: Paco Fortes não começou bem a época e saiu. Vítor Urbano sucedeu ao catalão, esboçou uma reacção, contudo acabou por bater com a porta. Nuno Palma foi o homem que se seguiu e conduziu a formação de Pinhalnovo até ao 3º lugar final. Uma segunda volta fantástica permitiu ao emblema da margem sul ir somando pontos e aproximar-se dos lugares cimeiros. Carlos Miguel, Cao, Miguel Bruno e Rui Gomes foram jogadores assaz importantes para a recuperação.

OPERÁRIO: Os açorianos, guiados pelos golos do ponta-de-lança brasileiro Júlio César terminaram o campeonato em 4º lugar. A formação de Francisco Agatão partiu para a última jornada ainda com possibilidades de alcançar o cume da tabela classificativa, porém os insulares perderam duplamente no derradeiro embate. Em Pinhal Novo, a derrota por 2-1 ditou, não só a impossibilidade de chegar ao play-off, mas também a entrega do último lugar do pódio nas mãos do Pinhalnovense.

MADALENA: Verdadeiramente impressionante o desempenho desta equipa açoriana no seu terreno. Em 15 jogos realizados no Campo Municipal da Madalena, com piso sintético, os picarotos venceram em 13 ocasiões e apenas cederam dois empates (diante do Mafra, à 17ª jornada e Operário, à 24ª jornada). Esta campanha caseira valeu aos insulares um óptimo 5º lugar na tabela.

ODIVELAS: Os odivelenses são outro caso de uma boa recuperação. Após a saída de Francisco Barão, à 3ª jornada, Rui Gregório assumiu o leme da formação rubro-negra e o percurso foi sempre a subir. Uma série de seis jogos sem perder foi colocando a equipa do Odivelas a escassos pontos do 1º lugar. Mas, a três jornadas do final da competição, uma derrota em Albufeira deitou por terra as aspirações da equipa. Todavia os odivelenses teriam ainda uma importante palavra a dizer, uma vez que enfrentariam os dois primeiros classificados. À 29ª jornada o Olivais e Moscavide visitou o Estádio Arnaldo Dias e foi com muitas dificuldades que saiu de Odivelas com um lisonjeiro empate a uma bola. Depois, na última ronda, o Odivelas visitou o Estádio Algarve, vencendo o Louletano por 1-0 e ditando o apuramento dos lisboetas para o play-off.

Na foto: Filipe Falardo (Ol.Moscavide), Osório e Mourato (Odivelas)

JM

terça-feira, maio 23, 2006 

Análise: Portugal X França Sub21


Não demorou muito para que os adeptos portugueses descessem à Terra, depois de todas as expectativas criadas sobre a participação da nossa seleção no Europeu da categoria de sub-21 realizado no nosso país. Apesar de toda a confiança transmitida por Agostinho Oliveira e pelos seus jogadores era preciso não esquecer que do outro lado estava uma equipa forte com argumentos para a vitória final neste Euro 2006. Portugal entrou em campo com os jogadores dispostos na sua táctica habitual, o 4-3-2-1, esperando-se que o meio campo constituído por Raúl Meireles, Manuel Fernandes e João Moutinho pegasse no jogo e que pudesse então construir jogo para os 3 homens da frente, Quaresma aberto sobre a esquerda, Nani sobre a direita e Hugo Almeida colocado em cunha entre os centrais. Do outro lado tínhamos uma França com um grupo de jogadores desconhecidos para a maioria dos adeptos portugueses, mas rapidamente se percebeu a razão da ausência de Diarra (jogador do Chelsea de José Mourinho) e Flamini (jogador do Arsenal de Inglaterra) do 11 inicial. Durante a primeira parte a nossa seleção sofreu uma intensa pressão por parte dos franceses, assentados numa defesa muito segura com especial realce para o lateral esquerdo Berthod que "secou" completamente Quaresma ou mesmo Nani e desta forma fez esquecer o lesionado Clichy habitual titular na sua posição, conduzidos por um fortissímo tridente a meio campo onde pontifica o capitão Mavuba, que, diga-se, fez uma excelente exibição recuperando imensas bolas tentando de imediato criar situações de ataque, muito bem apoiado por Gourcuff, jogador apontado como o sucessor de Zidane, que fez um jogo um pouco mais discreto que os seus colegas de meio campo e Toulalan fechando mais à esquerda pautou a sua exibição pela positiva nunca complicando o jogo. Na frente 3 homens, Faubert actuando na faixa direita mostrou ser dono de uma técnica individual assinalável fazendo a cabeça em água a Nuno Morais, este que não sendo um defesa esquerdo de raiz fez, apesar de tudo, uma exibição positiva, Pongolle sobre a esquerda esteve muito em jogo, criou algumas situações embraçosas para a defesa nacional, com destaque para duas iniciativas, na primeira aos 29' cruzou para o segundo poste onde Faubert desferiu um remate fortíssimo cortado na linha por Rolando. Já aos 33' escapou a Nélson e fez a bola embater com estrondo num dos postes da baliza defendida por Bruno Vale. Apesar de ter marcado o golo num cabeceamento a meias com Rolando, Briand esteve um pouco apagado, mesmo assim foi possível descortinar pormenores de qualidade deste jogador do Rennes de França.
Na primeira parte Portugal raramente conseguiu sacudir a pressão exercida pelo meio campo francês e só as 16' minutos num livre surpresa marcado por Ricardo Quaresma conseguiu levar perigo à baliza de Mandanda.
Já na segunda parte com a entrada de Varela para o lugar de Manuel Fernandes, muito apagado diga-se, a seleção das quinas apareceu mais afoita e liberta, mas apesar de tudo continuou a bombear bolas longas para Hugo Almeida que não tinha tarefa fácil, muito pressionado pelos centrais Bourillon e Jacques Faty. As jogadas individuais pareciam a única solução para a ofensiva portuguesa e aos 55' numa dessas jogadas Varela pôs à prova os reflexos de Mandanda. A jogada de maior perigo surgiu aos 60' quando Quaresma tem uma boa iniciativa na direita e cruza muito bem para a área onde Hugo Almeida ganha muito bem aos centrais, mas o seu cabeceamento sai por cima. As entradas de Diogo Valente e Lourenço trouxeram pouco ao jogo e até ao fim sucederam-se cruzamentos sem destinatário e as mesmas bolas bombeadas para os avançados.
Em suma, foi uma exibição um pouco apagada de Portugal que nunca conseguiu pegar no jogo parecendo um pouco surpresa pela atitude e maturidade táctica da seleção gaulesa.

AS

segunda-feira, maio 22, 2006 

O Marfim pode brilhar


Mergulhada em graves crises políticas a população da Costa do Marfim –cerca de 15 milhões de habitantes- esquece os problemas que enfrenta diariamente quando a sua selecção entra em campo. Equipada em tons garridos, onde predomina o laranja e o verde da sua bandeira, a equipa costa marfinense apresenta um futebol também ele muito alegre.
Henri Michel lidera a única selecção presente no Mundial que não conta com nenhum atleta a jogar no seu próprio país. Grande parte dos jogadores actuaram no ASEC Abidjan, clube da capital costa marfinense, só depois dando o salto para a Europa. O país de chegada foi muitas vezes a Bélgica, onde o Beveren acolhia os futebolistas e os preparava para o futebol europeu. Neste momento os elefantes têm a maioria dos seus 23 convocados a jogar em França.
Recentemente a Costa do Marfim chegou até à final da CAN, saindo apenas derrotada na final pelo anfitrião Egipto. Desta feita, inserida no Grupo C, na companhia de Argentina, Sérvia e Montenegro e Holanda, a tarefa parece não ser nada fácil. Mas jogadores como Jean-Jacques Tizié, Eboué, Kolo Touré, Domoraud, Boka, Fae, Zokora, Yaya Touré, Didier Drogba, Aruna Dindane e Bonaventure Kalou, entre outros nomes emergentes no panorama futebolístico mundial, estão prontos para dar um ar da sua graça. Neste Campeonato do Mundo a Costa do Marfim pode muito bem vir ser a revelação africana.
Eis os 23 seleccionados da Costa do Marfim: GR- Jean-Jacques Tizié (Esperance Tunis), Copa (Beveren) e Gnanhouan (Montpellier); D- Domoraud (Créteil), Kouassi (Troyes), Méite (Marselha), Arthur Boka (Estrasburgo), Kolo Touré (Arsenal), Emmanuel Eboué (Arsenal), Marc Zoro (Messina); M- Didier Zokora (Saint-Etienne), Emerse Fae (Nantes), Kanga Akalé (Auxerre), Ndri Koffi (Le Mans), Yaya Touré (Olympiakos), Yapi Yapo (Young Boys), Guy Demel (Hamburgo); A- Bakari Koné (Nice), Didier Drogba (Chelsea), Arouna Koné (PSV), Bonaventure Kalou (PSG), Abdoul Keita (Lille), Aruna Dindane (Lens)

JM

domingo, maio 21, 2006 

Candidatos há muitos


Aproxima-se a passos largos a data de início da mais importante prova futebolística, o ponto alto da carreira de qualquer jogador, a participação num campeonato do mundo. Todo e qualquer jogador por muito cansado que esteja da longa época que atravessou veste a camisola do esforço e dedicação para honrar as cores do seu país e mostrar também a sua qualidade enquanto jogador.
O futebol torna-se cada vez mais um desporto imprevisível, daí a sua beleza, assim torna-se cada vez mais difícil afirmar com certezas quem sairá vencedor a cada jogo. Apesar disso é fácil definir um candidato à vitória final nesta prova, sempre um patamar à frente das restantes seleções temos o Brasil. De facto contam-se pelos dedos as ocasiões em que o Brasil tenha partido tão favorito para um mundial como este, com uma equipa cada vez mais equilibrada a seleção canarinha conta com o seu "Quadrado Mágico" no meio campo constituído por Emerson, Zé Roberto, Kaká e Ronaldinho e com uma dupla de ataque demolidora, Ronaldo e Adriano, para levar as suas intenções avante.
Noutro patamar encontramos 7 seleções que aspiram também a levar o troféu para casa. A Alemanha que vive um período de revolução na sua seleção aposta forte na competição querendo demonstrar aos seus adeptos que renasceu das cinzas. A sempre forte e astuta Itália conta com um grupo de jogadores de créditos firmados e que se conhecem bem. A Argentina revela todo o perfume do futebol sul-americano e aposta forte na juventude que Pekerman ajudou a formar com expoente máximo em Riquelme, que tenta aqui afirmar-se totalmente como um jogador de top mundial. A azarada Espanha que nunca subiu ao pódio desta prova vê agora as suas aspirações muito elevadas com um conjunto de jogadores fortíssimo, jogando todos eles a alto nível. A Holanda dona do futebol total deixou jogadores como Seedorf, Makay ou Davids e conta com um conjunto de jogadores jovens fortemente identificados com o modelo de jogo vigente em todos os níveis de formação do futebol holandês. A França pretende então limpar a má imagem deixada nas últimas grandes competições a nível de seleção sénior, como figura central temos Zidane que faz aqui a sua ultima aparição com a camisola tricolor, e, por último, Portugal, conta com jogadores fixados em vários clubes de top mundial aspirando portanto a uma participação forte e consistente de forma a levar mais longe a voz do nosso povo.
Mas atenção, existem várias seleções que poderão surpreender, são os casos da Repúbluca Checa, a Costa do Marfim, Inglaterra ou Suécia, são, portanto, formações a ter em conta.
Será este um Campeonato do Mundo das surpresas ou das grandes seleções?

AS

sábado, maio 20, 2006 

Craques fora de jogo


A menos de um mês do Campeonato do Mundo de Futebol, os corações de milhões de adeptos espalhados por todo o globo já batem mais forte. Os sonhos, as fantasias, os desejos estão todos centrados num só objectivo, num só gesto: levantar a Taça no final da competição.
O sucesso da missão confiada pelo povo está agora sobre os ombros dos 736 jogadores, convocados pelas 32 selecções presentes no certame. Estes atletas terão a excepcional oportunidade de representar os seus países neste autêntico banquete futebolístico, de colorido tão sublime. Mas se há jogadores no topo do mundo, a viver o sonho de participar no Mundial, há também aqueles que viram o chão fugir-lhe debaixo dos pés no dia em que o seleccionador anunciou a lista dos eleitos.
As palavras do argentino Demichelis (na foto), preterido por Jose Pekerman na convocatória final dos azuis celeste, são possivelmente aquelas que melhor ilustram a desilusão de ficar de fora do torneio: «Não perdi apenas a vontade de jogar, perdi a vontade de viver».
Foram muitos os futebolistas de craveira a viver idêntica decepção. Nomes como Dudek (Polónia), Javier Zanetti e Walter Samuel (Argentina), Roque Júnior, Belletti (Brasil), Owomoyela, Kurany (Alemanha), Seedorf, Huntelaar (Holanda), Tonel, Quaresma (Portugal), Ledley King, Jermain Defoe (Inglaterra), Benachour (Tunísia), Morientes, Vicente (Espanha), Ludovic Giuly e Gouvou (França) fariam certamente um equipa fortíssima, porém são alguns dos craques que não poderão exibir os seus dotes entre os dias 9 de Junho e 9 de Julho. As opções foram dos seleccionadores. Com razão ou não? O tempo será célere a dar a resposta.

JM

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  • Blogue mantido por António Simas e João Miranda, participação especial de João Campos
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